domingo, 23 de novembro de 2008

Let's Talk About Music


Dizem que nossa vida é acompanhada por uma trilha sonora. Não sei quem foi o primeiro a dizer isso, mas eu também acredito nessa teoria. Lembro-me do meu pai trazer pra casa fitas cassete de um camelô que ficava perto da Globo na Marechal. Graças a ele, fui apresentado aos Beatles quando ainda tinha 7 anos; trilhas de novela e coletâneas diversas também chegavam em casa quase toda semana. Sua coleção ia de Michael Jackson a Milionário e José Rico. Mas como meu pai veio do Paraná, cresceu e trabalhou na roça, então havia muita coisa sertaneja, não as bobagens Zezé Di Camarguianas de hoje, apesar de ele gostar 'disso', mas as modas de viola, as músicas com historinhas.

E, com essa mistura toda, aprendi a ouvir de tudo. Acabei me aproximando do pop rock internacional nos anos 80. Aí veio a explosão do pop nacional com Blitz, Titãs, Engenheiros, Legião e muitas outras bandas, inclusive as de um sucesso apenas.

Como foi sensacional ter vivido essa época, mesmo com pouca idade dava pra sentir que aquela seria uma década diferente e - hoje sabemos - inesquecível.

O tempo passou, eu cresci, conheci muita coisa legal e muita coisa diferente. Hoje, na minha opinião e na de muitos da minha idade, estamos vivendo o momento mais pobre da música mundial. E acho que esse momento já está durando muito. Talvez os mais novos digam que é frase de velho que não soube 'evoluir'. Mas quem viu e ouviu a história do punk, do heavy metal, o surgimento do grunge, o Brasil diminuindo o consumo de bandas internacionais e dando um valor um pouquinho maior para o que tínhamos no nosso quintal, não dá para não sentir saudades.

Tento passar para o meu filho o que meu pai passou pra mim. Testo o ouvido dele desde cedo. Misturei "Xuxa Só Para Baixinhos" com "R.E.M." quando ele era pequeno. Ensinei o que ele deve procurar numa música, não apenas o que as rádios empurram. Expliquei a ele o motivo de eu gostar de Nirvana, Beatles, Radiohead, Cássia Eller, Guns, FNM e outras bandas.

Ontem ele conheceu e se apaixonou por uma música por conta própria chamada "Dream On", do Aerosmith. É uma das músicas mais lindas na minha opinião, e fiquei feliz de vê-lo começar a formar sua trilha sonora baseada nas pequenas coisas que passei pra ele.

Um comentário:

Anônimo disse...

Esqueceu de contar tbm como conheceu uma das bandas mais fantasticas dos últimos tempos.... tive que cobrar de volta meu LP (azul, lindo de morrer ) Division Bell do Pink Floyd..... amava de paixão e te empréstei... foi dificil tê-lo de volta.. e o pior é que vc veio junto... rsrrs... o disco não sei bem aonde está.... mas vc.. continua do meu lado... chattooooooo.....