quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

Aos 14

Sinto os raios de sol, mesmo nos dias chuvosos;
Você me prende sem fazer força, me sinto livre e feliz
A emoção dos 14 anos,
E a certeza de que tudo está no seu devido lugar.

Hoje é difícil dizer quem tem a idéia primeiro;
Os mesmos planos, as mesmas metas.
Um tempo atrás eu era o mendigo, o infeliz
Mas um ladrão me colocou no caminho certo.

Hoje não há silêncio,
Nem dor, nem dó, muito menos solidão;
Há 14 anos os fantasmas se foram.
e certamente nunca mais retornarão.

Os amigos passaram, alguns ficaram
Outros tantos ainda surgirão,
Mas no jogo apenas duas peças ficarão
lado a lado no tabuleiro.

Se alguém tivesse vivido metade da história
Saberia, como eu sei
Que realmente não custa nada tentar.

sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

Cante com Bjork & Charles Bronson

Essa canção eu conheci em 1985 e sua letra descreve com exatidão minha maneira de enxergar o mundo e o segredo de uma boa relação com as pessoas que amamos. Tem um forte apelo político e nos alerta claramente - e isso há mais de 20 anos! - dos riscos aos destruirmos nossas florestas. Publico a letra, embora sem muita necessidade, mas assim vocês podem cantá-la e decorá-la mais facilmente com essa dupla sensacional da música e da TV.

wakareta hito ni atta
wakareta shibuya de atta
wakaretatokito onaji ame no yoru datta
kasamosasazuni harajuku
omoidekattate akasaka
koibitodoushinikaette gurasu katamuketa

yappari wasurerarenai
kawaranu yasashii kotobade
watashio tutunndeshimau dameyo yowaikara

wakaretemo sukinahito
wakaretemo sukinahito

arukitainoyo takanawa
akariga yureteru tawa-omoigakenai hitoyo no
koino itazura ne
choppiri sabishii nogizaka
itumono hitotugi doori
kokode sayonara suruwa
ameno yorudakara

yappari wasurerarenai
kawaranu yasashii kotobade
watashiwo tutunnde shimau dameyo yowaikara

wakaretemo sukinahito
wakaretemo sukinahito
wakaretemo sukinahito

sábado, 13 de dezembro de 2008

Ipod companheiro

Talvez seja a idade, talvez seja minha enorme timidez. Mas a verdade é que não consigo entender duas pessoas que não se conhecem começarem uma conversa numa fila qualquer.
Aproveitei que estou de férias este mês - e inclusive por isso tenho escrito pouco -, para transferir meu título de eleitor. Quando chego no cartório e me dirijo à fila, uma mulher se aproxima e puxa conversa; balanço a cabeça duas vezes e uso a tática do jogador de futebol: pego meu Ipod e coloco o fone no ouvido.
Não faço isso por maldade, é automático, um mecanismo de defesa. Apesar de ser leonino - pra quem acredita nessas coisas - e gostar de ser o centro das atenções, dispenso esse tipo de contato.
Meia hora depois vou ao mercado, e não demora muito para mais uma senhora se aproximar. Primeiro, como quem não quer nada, pergunta o preço da lata de atum; educadamente respondo já pressentindo o que está por vir. Dito e feito: na mesma hora começa a reclamar do calor, justifica a preferência por aquele mercado e por aquela marca; inclusive sugere que eu troque o suco que estou levando, pois o que ela toma é muito melhor e 'mais natural', além de ser mais barato. Agradeço a sugestão e me afasto, não sem antes olhar para o Ipod, como se ele fosse o culpado, e o coloco num volume ainda maior.
Saio de lá e vou até ao banco. E adivinhe: Sim! Mais uma senhora se aproxima para falar sobre o tempo ou sobre taxas ou sobre preços ou sobre qualquer outra coisa. Dessa vez não dou a menor chance a ela: começo a cantar em voz baixa a música que estou ouvindo, olhando para o outro lado. Ela percebe, deixa transparecer sua decepção mas em segundos se esquece de mim e se vira para um coitado que estava bem atrás dela e que não tinha nem sequer um mp3 player para salvá-lo.
Paguei minhas contas e antes de partir olhei para os dois que sorriam e falavam quase que ao mesmo tempo, tão envolvidos na conversa que a mulher nem percebeu que era a próxima a ser atendida.
A partir desse momento até quando cheguei na minha casa, vi várias pessoas que aparentemente não se conheciam conversando nos faróis, nas lojas e no meio da rua e isso foi suficiente para eu ter a certeza de que o problema era eu, se é que isso é um problema.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

C'est la vie

Quando meu filho tinha três anos, eu disse que ele não poderia mais dormir na minha cama, pois sua mãe estava com um nenezinho dentro da barriga e precisava de mais espaço. Ele disse que tudo bem, mas eu não acreditei, tinha certeza que pediria para dormir mais uma noite ao nosso lado. Porém, naquela mesma noite ele foi para o seu quarto, deitou-se em sua cama e adormeceu.
Eu fiquei na porta do quarto e fiquei lá até ele pegar no sono.
Encostado no batente da porta eu fiquei muito tempo depois que ele adormeceu. Então, comecei a chorar baixinho, para que ninguém me ouvisse. Havia me dado conta de que mais uma fase de nossas vidas havia se passado e que não voltaria nunca mais.

Minha filha chupava o dedo até pouco antes de completar 6 anos. Por causa de um machucado no céu da boca, ela parou e nunca mais voltou a colocá-lo na boca.
Apesar de saber que tivemos sorte por isso ter acontecido, a mesma sensação me invadiu e me entristeceu também. Outra fase havia passado.
Todas as manhãs ela acorda por volta de 6 horas e vai para o meu quarto se deitar comigo. Eu acordo e fico curtindo esses momentos que um dia também ficarão para trás.

Sabemos que essas coisas vão acontecer, e mesmo assim, quando acontecem, não é fácil ficar indiferente. Pelo menos não para mim.

quinta-feira, 27 de novembro de 2008

Será?

Sou tudo o que não posso ser;
Sou tudo o que não quero ser;
E tudo o que eu sou é sem querer.

Afinal, se nem sei se sou ou estou,
Como poderia saber o que devo ser?

Na verdade, apenas sei o que não sou:
Não sou o que me dizem ser, não sou o que pensam que sou;
Não sou inteiro, não sou metade.
Sou um pedaço de 'sei lá o quê'.

Sou apenas eu, imperfeito,
Perfeitamente incompleto
Apenas sou.

terça-feira, 25 de novembro de 2008

Contagem Regressiva

Quando eu era criança, o SBT (acho que ainda era TVS) fazia chamadas com a contagem regressiva para o Natal. Eu adorava aquilo. E hoje falta 1 mês. Chego a quase me sentir com 10 anos novamente. Sempre foi assim e espero que continue assim pra sempre.
Adoro a época do Natal: os enfeites, as luzes, os presentes, a alegria e expectativa das crianças; O Papai Noel, os shoppings e ruas cheias de gente carregando sacolas; As casas e os prédios com suas mega decorações.
Ao mesmo tempo, me dou conta de que mais um ano chegou ao fim. Isso significa que é hora de analisar tudo o que vivi nesse período. É um ano a menos de vida, ou um ano a mais de vida - depende do ponto de vista -, terei mais coisas para lembrar, mais histórias para contar, novos objetivos para buscar e a certeza de que os sonhos estão mais próximos de se realizar.
O Natal tem chegado cada vez mais rápido, e isso não é bom, porque ele também acaba passando muito rápido. Portanto eu tento aproveitar ao máximo os dias que o antecedem: Á árvore já está montada na sala, o boneco do Papai Noel já está há dias tomando chuva, pendurado na tela da minha sacada; As crianças já escreveram suas cartinhas para o bom e endinheirado velhinho de saco grande e vermelho; já andamos nos shoppings perto de casa para ver a decoração e o movimento das pessoas.

Já nesta madrugada comecei minha avaliação sobre 2008, e minha conclusão é a de que foi um ano sensacional, melhor do que 2007 - que já havia sido um ano maravilhoso -, cheio de momentos bons e ruins que me ensinaram e me tornaram uma pessoa um pouco melhor.
Espero que esse ano que chega seja tão intenso quanto esse ano que passa. Desejo conquistar muitas coisas, rir muitas vezes, chorar outras tantas, cair e levantar quantas vezes for preciso; Acertar e errar, aprender com os erros, mas não cometer os mesmos erros; Quero poder curtir a família e os amigos; Viver a vida intensamente e aproveitar cada segundo de mais um ano meteórico.

segunda-feira, 24 de novembro de 2008

História de uma nota


Era uma nota de Cem Reais. Normal. Igual às outras notas de Cem Reais: Limpa, com cara de nova.
Havia saído há pouco de um caixa automático Bradesco da Av. Voluntários da Pátria, em Santana. Um homem a pegou e nem chegou a colocá-la na carteira. Foi direto para o bolso de sua calça; 10 minutos depois já estava dentro da gaveta de uma caixa registradora, numa lanchonete da Rua Leite de Moraes.
Mas era uma nota bonita demais, com cara de nova demais pra ficar ali, do lado das notas velhas e amassadas de dez Reais. Havia até notas de um Real e 2 Reais dividindo espaço com ela. Não merecia isso, não devia estar ali, não era justo. Ainda bem que o menino que a recebeu pensou o mesmo e deu um jeito de 'guardá-la' em outro lugar. Colocou-a, disfarçadamente, dentro da camisa do uniforme. Não era uma camisa muito limpa. Cheirava a gordura e suor. Por sorte não ficou lá por muito tempo.
Na verdade ficou apenas 15 minutos entre o tecido e a barriga do menino. Ficou aliviada ao sair de lá.
Não sabia realmente onde estava, parecia um banheiro, porém antes de ver melhor o ambiente, foi colocada dentro de uma carteira velha, azul clara, horrorosa, provavelmente comprada num camelô qualquer.
Pelo menos estava sozinha, e não acompanhada de nenhuma outra nota velha e desagradável.
Quando saiu de lá, instantes depois, se viu atravessando a rua e entrando numa casa de jogos, cheia de vídeo games e fliperamas. De relance avistou a fachada da lanchonete em que estava até poucos minutos atrás.
Como se fosse um lenço velho e sujo, foi jogado para dentro do bolso de uma blusa de moletom, onde de vez em quando o menino colocava a mão, como se fosse apenas para se certificar que ela continuava ali.
A nota acompanhava o vai e vem do menino pelo lugar e observava tudo. As pessoas, o barulho confuso vindo de máquinas onde haviam lutadores, naves espaciais, monstros, carros e motos correndo de alguém ou atrás de algo. Gostava do que via, mas sentiu medo de ser deixada lá.
De repente, teve aquele pressentimento de estar sendo observada. Olhou pra cima e viu um garoto encarando-a de uma forma tão intensa que chegou a pensar que o conhecia de algum lugar.
Antes de ter certeza se conhecia ou não o rapaz, foi agarrada com força por ele, que saiu correndo, abandonando o lugar, esbarrava nas pessoas que estavam no caminho; atravessou uma grande avenida, sem parar, sem olhar para os lados. Segurou a nota com força, sua mão começando a ficar suada.
O garoto parou de correr depois de um tempo, olhava constantemente pra trás e pela primeira vez abriu a mão e certificou-se do que havia nela.
Caminhou alguns minutos até chegar numa rua estreita, cheia de casas feitas de madeira e crianças correndo.
Entrou numa das casas e gritou, chamando por alguém; disse que queria mostrar algo que havia encontrado no chão.
A nota então foi libertada daquela porção de dedos e então, viu à sua frente um outro rapaz, maior que o dono da mão suada. Ele se aproximou e disse que precisava dela para pagar uma dívida no bar. A mão voltou a se fechar, mais forte dessa vez. A nota sentiu que estavam tentando tirá-la de lá.
Uma briga então começou, a nota caiu e passou a acompanhar toda a batalha de perto, a única testemunha. Socos e chutes foram desferidos sem parar. Um dos rapazes viu a nota e tentou pegá-la. O outro fez o mesmo.
Cada um segurou uma ponta da nota, que sentia a força vindo de cada lado. Começou a temer por sua existência.
Num gesto rápido, sem se dar conta do que aconteceu, sentiu algúem puxar com força e se viu dividido ao meio.
Num acesso de fúria, um dos rapazes pegou a metade que estava em sua mão e a rasgou em pedacinhos. Correu até o banheiro, jogou-os na privada e deu a descarga.
A outra metade foi jogada no chão, e ficou lá, abandonada. Viu os dois se afastando e, antes de perder a consciência, viu na beira da mesa uma nota de um Real, encarando-a e rindo da sua desgraça.

Baseado em fatos reais.

Hipocrisia, eu quero uma pra viver!

Está cada dia mais difícil a prática da sinceridade sem sermos chamados de invejosos, ou maus amigos, ou babacas, ou metidos, ou uma porção de outras ofensas, inclusive de mentirosos.
Os empregados falam bem dos chefes, apenas na frente deles, elogiam todas as coisas, até mesmo as que não concordam. Porém, apenas um minuto entre eles é o suficiente para que a verdade apareça e comecem a falar tudo o que realmente pensam.
Isso não é muito bonito, mas é a lei da sobrevivência. Puxar o saco faz bem pra manutenção do emprego. Claro que não se deve exagerar, pois se um dia seu chefe cair, você cairá junto com ele. Pendurado nos pêlos.
Mas eu realmente acho pior e não entendo quando acontece o contrário: quando o chefe, que poderia e deveria dizer o que pensa, visando resultados melhores, qualidade e profissionalismo, evita o confronto direto com seus subordinados; Tenho visto e ouvido alguns casos de omissão também por parte de quem manda. Dessa forma fica difícil para quem trabalha saber quando está acertando e no que deveria melhorar.
Numa época onde existem 3 pessoas do lado de fora querendo a sua vaga pela metade do seu salário, não saber se está bem entre a chefia tira o sono de qualquer um.

O casamento é um outro exemplo de hipocrisia, das meias-verdades. Acredito que nossa parceira deve ser nossa maior amiga e confidente. Mas a verdade é que muitas vezes elas não têm a menor idéia do que acontece no nosso dia-a-dia. E vice-versa.
Eu não acredito e não entendo a traição, acredito em auto-traição, acredito na falta de verdade numa relação. A pessoa tem que estar com quem está na hora que quiser. Liberdade é estar do lado de alguém porque quer e não por obrigação. Da mesma forma que tem o direito de querer ficar sozinho quando acha necessário.

O diálogo é necessário para a troca de experiências, para aprendermos uns com os outros. Na pior das hipóteses, o silêncio pode ser uma alternativa melhor, muito melhor que o que estamos preferindo hoje: a mentira, a omissão, a covardia e a falsidade.

domingo, 23 de novembro de 2008

Álbuns Nacionais

Com a ajuda do meu amigo Paulo Henrique, fizemos uma lista com 20 álbuns marcantes do pop rock nacional.


1 - Titanomaquia - Titãs - 1993
2 - Dois - Legião Urbana - 1986
3 - Cabeça Dinossauro - Titãs - 1986
4 - As Quatro Estações - Legião Urbana - 1989
5 - Vivendo e Não Aprendendo - Ira - 1986
6 - Nós Vamos Invadir Sua Praia - Ultraje A Rigor - 1985
7 - Revoluções Por Minuto - R.P.M. - 1985
8 - Capital Inicial - Capital Inicial - 1986
9 - Selvagem? - Os Paralamas Do Sucesso - 1986
10 - O Passo Do Lui - Os Paralamas Do Sucesso - 1984
11 - Seu Espião - Kid Abelha - 1984
12 - Barão Vermelho - Barão Vermelho - 1982
13 - A Revolta Dos Dândis - Engenheiros Do Hawaii - 1987
14 - Da Lama Ao Caos - Chico Science & Nação Zumbi - 1996
15 - Siderado - Skank - 1998
16 - Ventura - Los Hermanos - 2003
17 - Transpiração Contínua Prolongada - Charlie Brown Jr. - 1997
18 - De Volta Ao Planeta Dos Macacos - Jota Quest - 1998
19 - Ideologia - Cazuza - 1988
20 - Dez De Dezembro - Cássia Eller - 2002

30 álbuns numa ilha deserta...




1- Sgt Peppers Lonely Hearts Club Band - Beatles
2- OK Computer - Radiohead
3- The Dark Side Of The Moon - Pink Floyd
4- Apettite For Destruction - Guns N' Roses
5- Slave To The Grind - Skid Row
6- Nevermind - Nirvana
7- King For A Day, Fool For A Lifetime - Faith No More
8- Abbey Road - Beatles
9- Titanomaquia - Titãs
10- The Southern Harmony And Musical Companion - The Black Crowes
11- Director's Cut - Fantômas
12- Automatic For The People - R.E.M.
13- California - Mr. Bungle
14- Vitalogy - Pearl Jam
15- Pet Sounds - The Beach Boys
16- The Division Bell - Pink Floyd
17- Achtung Baby - U2
18- Unplugged MTV - Alice In Chains
18- Angel Dust - Faith No More
19- Led Zeppelin IV - Led Zeppelin
20- Out Of Time - R.E.M.
21- Use Your Ilusion I - Guns N' Roses
22- Use Your Ilusion II - Guns N' Roses
23- The Wall - Pink Floyd
24- The Beatles (White Album) - The Beatles
25- Dummy - Portishead
26- Accelerate - R.E.M.
27- The Joshua Tree - U2
28- Imitação da Vida - Maria Bethânia
29- Erotica - Madonna
30- Buena Vista Social Club

Agradecimentos II

Sempre pensei em registrar alguns nomes, agradecer pessoas que fizeram parte da minha vida e da minha formação. É praticamente uma viagem no tempo. A idéia é legal, mas complicada, pois muitos nomes vão faltar, portanto, aqueles que não estiverem incluídos nessa lista, terão a chance de aparecer num possível novo post, ou numa provável edição. Não tenho uma grande memória, portanto devo acrescentar muitos nomes ainda. Outros que não aparecerem é porque não tiveram muito o que ensinar ou até mesmo condições de me ensinar. Ou talvez eu não tenha tido a capacidade de aprender.
Vou tentar seguir uma ordem pessoal, que não é a de importância, talvez próxima da cronológica:
Mommy, dona Aurora, q me ensinou a correr rápido para fugir das chineladas desde cedo, que me ensinou a limpar o carpete da sala sem deixar hematomas nos joelhos; Daddy, Wilson Gomes Sênior, o cara q fez de mim esse monte de qualidades e defeitos, que me venceu pelo cansaço dizendo que eu era inteligente e diferente; Seu Dezidério, meu avô, velhinho gente boa que tocava vários instrumentos maravilhosamente bem; Tio Zé, que me flagrou fumando e me fez fumar um maço inteiro e vomitar por toda uma tarde pra ver o quanto era bom o tabaco; Seu Hilário, o velhinho tarado do prédio que se preocupava com os conhecimentos sexuais da criançada; Dona Cely, a professora do Sesi; Dona Walderez, professora da terceira série, cujo filho ganhava a vida nos EUA imitando o Elvis. Eu a achava a segunda mãe mais sortuda do mundo, atrás apenas da mãe do próprio Rei; Tatiana Aparecida Martins Ferraro, a menina da classe, que em 83 que se abaixou na carteira pra fingir pegar um lápis e deixou beijá-la no rosto, meu primeiro beijo inocente; Professor Edmundo, de artes musicais, compositor, que deu uma letra de música quando eu tinha 11 anos e que eu a musiquei na sala de aula, em 10 minutos. "Lamento muito, por que fui te abandonar?", mais uma pessoa que me ensinou a amar a música; Tata (Daniel Lemos Bellini), Márcio e Anderson Botassim, os gêmeos, os famosos 4 Baixinhos da 5ª F; A irmã do Kelson, Sandra, que me deu o primeiro beijo não-inocente, que disse que eu tinha um dom; Gracilene, Coca e Dido, Érica, Anderson - amigos de infância do Edu Chaves; Rita, amiga da mamãe que também me ensinou uma coisinha ou outra, principalmente dia 11 de julho de 90; Tem uma garota que eu não me lembro o nome que eu conheci no Sesc Interlagos e que me mostrou a beleza de trepar ao ar livre; Lara Kazama, namorada que me confundiu a cabeça e que me mostrou o quanto é bom chorar por um amor que chegou ao fim; Bira, o Iraildo Pereira Barbosa, meu amigo e chefe no Mc Donald´s, meu primeiro emprego. Ele me protegeu quando entrei no Derville e não tive que pagar os micos de calouro; Coquinho, Anderson Clayton Cassimiro, dizia que não era negão, e sim "Marrom Piscina", um grande amigo; Carlão, Marquinho, Serginho, Silvania, todos do Mc Santana, além do Paulão, ótima pessoa, ótimo vocalista, tá muito pop ultimamente. Muitas vezes passamos as tardes cantando e conversando sobre música; Wandão - o Terror!, hoje uma das pessoas mais doces e extraordinárias que eu conheço, uma pessoa que me fez passar por várias situações, me ensinou como falar e agir e confiar no tempo - e sobre o tempo, meu aliado, eu escreverei num post numa outra hora; Edilene, a primeira vez; Todo o pessoal do JOTABÊ, os primeiros a me tirar da minha primeira grande fossa; Renatinha Vasconcellos, minha irmãzinha do coração; Flavinha e o pessoal do Shopping Ibirapuera (Aê Loukura!!!); Jureminha, minha irmã caçula; Régis, o cara que me apaixonei na hora em que o vi, um irmão, retardado e que nunca retorna ligações e torpedos, mas um cara que já dividiu muitas coisas comigo; Fê Carvalho, padrinho do Vinicius, pai do Johnny e marido da Lu. Muito inteligente e um ótimo caráter; Debarima; Bete Gonçalves - a famosa velha louca -, Adriano, Silvia, Solange, TX - todos da Cultura, da turma que inventava no meio da noite de viajar pra praia ou pro sítio do tio do Régis, um frio da porra, um filho de 18 dias enrolado em cobertas; Cláudia - a noiva do ano! (adoro mulher casada... Falta pouco.) - Reginaldo, a travesti louca, que vê beleza rústica em quase todo mundo; Adriano Sorrentino, por me mostrar que eu precisava da personalidade de outras pessoas para formar a minha; Marcio Taú, Doug, Cheyla, Celso Alves, Andrei Jiro, Álvie, Glorinha (Gustavo), Adê, e todo o pessoal da Arte SP; Marco Mora, um dos últimos grandes gênios da televisão; Taunay, o chefe que todo mundo deveria ter; Rapha Rezende, Idival, Tiago Leifert, uma das pessoas que mais admiro hoje; Milly 'Maria Emília' Lacombe, um doce de menina que desejou uma vez que eu continuasse escrevendo; Miltão, Jota Júnior, Norival - o dono da ACEESP - e ainda todo o pessoal do esporte, com uma ou duas exceções que não merecem ser citadas aqui; Érica Simcsik, a mommy retardada que continua sua busca por algo que nem ela sabe o que é; Kiko Dias, o meu Chicão, padrinho da Fê e meu amigo, amigaço; Nilzete, por ter me dado a minha outra metade, minha Alexandra, a mulher da minha vida, que nunca saberá o quanto é especial pra mim, que me deu os dois presentes mais valiosos do mundo: o Vinicius, conhecido também como Ximpa Jones, que me mostrou o que significa realmente amar alguém e a Fernanda, minha neguinha! Como é possível amar alguém dessa maneira?
Juntando tudo isso, um cabelo cortado diferente, um monte de brincos nas orelhas e uma porção de palavrões ditos em cada frase, temos EU! Não é muito, mas é o melhor que posso ser HOJE.

Let's Talk About Music


Dizem que nossa vida é acompanhada por uma trilha sonora. Não sei quem foi o primeiro a dizer isso, mas eu também acredito nessa teoria. Lembro-me do meu pai trazer pra casa fitas cassete de um camelô que ficava perto da Globo na Marechal. Graças a ele, fui apresentado aos Beatles quando ainda tinha 7 anos; trilhas de novela e coletâneas diversas também chegavam em casa quase toda semana. Sua coleção ia de Michael Jackson a Milionário e José Rico. Mas como meu pai veio do Paraná, cresceu e trabalhou na roça, então havia muita coisa sertaneja, não as bobagens Zezé Di Camarguianas de hoje, apesar de ele gostar 'disso', mas as modas de viola, as músicas com historinhas.

E, com essa mistura toda, aprendi a ouvir de tudo. Acabei me aproximando do pop rock internacional nos anos 80. Aí veio a explosão do pop nacional com Blitz, Titãs, Engenheiros, Legião e muitas outras bandas, inclusive as de um sucesso apenas.

Como foi sensacional ter vivido essa época, mesmo com pouca idade dava pra sentir que aquela seria uma década diferente e - hoje sabemos - inesquecível.

O tempo passou, eu cresci, conheci muita coisa legal e muita coisa diferente. Hoje, na minha opinião e na de muitos da minha idade, estamos vivendo o momento mais pobre da música mundial. E acho que esse momento já está durando muito. Talvez os mais novos digam que é frase de velho que não soube 'evoluir'. Mas quem viu e ouviu a história do punk, do heavy metal, o surgimento do grunge, o Brasil diminuindo o consumo de bandas internacionais e dando um valor um pouquinho maior para o que tínhamos no nosso quintal, não dá para não sentir saudades.

Tento passar para o meu filho o que meu pai passou pra mim. Testo o ouvido dele desde cedo. Misturei "Xuxa Só Para Baixinhos" com "R.E.M." quando ele era pequeno. Ensinei o que ele deve procurar numa música, não apenas o que as rádios empurram. Expliquei a ele o motivo de eu gostar de Nirvana, Beatles, Radiohead, Cássia Eller, Guns, FNM e outras bandas.

Ontem ele conheceu e se apaixonou por uma música por conta própria chamada "Dream On", do Aerosmith. É uma das músicas mais lindas na minha opinião, e fiquei feliz de vê-lo começar a formar sua trilha sonora baseada nas pequenas coisas que passei pra ele.

sexta-feira, 21 de novembro de 2008

Agradecimentos e uma primeira história....

Para um jardim crescer bonito, muitas coisas são necessárias; Para o Jardim das Histórias merecer esse nome.....
Demorei um pouco até achar um endereço disponível para este blog, e graças aos meus ídolos Leão Lobo, Adriane Galisteu e Kiko Martins Dias, achei o nome certo que traduz exatamente o que pretendo fazer aqui.
Jota Júnior também ajudou indiretamente na escolha do título, pois consegue, de uma forma bem expontânea e livre de qualquer preconceito, colocar todas as pessoas, por mais diferentes que elas sejam, num mesmo recipiente social.
Gostaria de fazer o mesmo nesse 'recipiente virtual' (?).
Hoje meu amigo Alê Oliveira criou o seu blog (http://blablabladoale.blogspot.com/), portanto, sou obrigado a confessar que ele também leva culpa pela criação do meu.
Seu primeiro texto é sobre os amigos, sobre cruzar amigos. Bem legal.
Tive o prazer de conhecer dois dos amigos que ele citou: Marco - o Marco Aurélio - que também é meu amigo e que tenho o prazer de vê-lo e ouvir suas histórias com frequência - histórias sensacionais, por sinal.
Conheci-o em Santa Catarina, em 2004, numa das viagens a trabalho pelo Sportv. O Tito, comentarista do Canal Campeão, muito gente boa e ótimo cantor, eu o conheci justamente por causa da música.
Eles têm, ou tinham, uma banda: a PMG, com Alê na viola, Tito nos vocais, Marco na bateria e ainda o Jota Júnior Júnior, clone de Mike Patton assumindo o baixo naquela ocasião.
Ano passado eles tocaram no casamento do Bruno Laurence, repórter da TV Globo com a Andreia, jogadora de vôlei.
Ensaiaram até tarde no dia do casamento e precisaram de um lugar para tomar banho e trocar de roupas. Como eu morava bem perto de onde eles estavam, o Marco me ligou e perguntou se quatro homens poderiam ir até lá, pois ele era um dos padrinhos e não podia se atrasar.
Uma hora depois, os quatro partiram rumo ao show, show que deixou as meninas do vôlei pulando a noite inteira e que mais ou menos na metade da apresentação, recebi um agradecimento pela ajuda e ainda por cima ganhei uma camiseta da banda, que guardo com carinho na gaveta de roupas que só uso em ocasiões especiais...

WE'VE ONLY JUST BEGUN

Finalmente um lugar, finalmente...
Para todos, para mim ou até mesmo pra ninguém.
Palavras, idéias, comentários, pensamentos e viagens.
Como disse o piloto uma vez: "SejEm bem-vindos."