sexta-feira, 23 de abril de 2010

A minha parte em cerveja, por favor...

Essa frase não é minha. É de um amigo que tenho o prazer de trabalhar de vez em quando.
Viajamos juntos a trabalho algumas vezes e, no final do 'expediente', é regra básica irmos a algum lugar pra jantar, contar histórias, bater papos filosóficos e, de quebra, tomar uma cervejinha (no caso dele, um pouco mais do que uma).
Nesse quesito, ele é imbatível. No fim da noite - praticamente de manhã -, ele se levanta e caminha quase como se tivesse tomado apenas suco a noite inteira.
Porém, ele tem algumas manias quando sai para beber com os amigos muito peculiares. A primeira é a de fazer questão de ser o último cliente a deixar o estabelecimento. Presenciei isso três vezes: a primeira em Campo Grande, a segunda no Sushi do Padre e a terceira há alguns dias, em Presidente Prudente, onde fomos transmitir mais uma emocionante partida do Campeonato Paulista.
Viajamos na noite anterior. E assim que chegamos, já fomos perguntando para o nosso motorista onde havia um bar legal por ali. Ele nos recomendou o 'Senhor Boteco', um point legal, cheio de molecada de faculdade, com som ao vivo e porções baratas e muito boas.
Assim que chegamos, eu pedi o cardápio e ele pediu a cerveja.
Bebemos e conversamos muito. Muitas histórias engraçadas, mas que infelizmente não poderão ser contadas aqui.
Depois de um tempo ele me pergunta: Will, que horas são? Eu respondo que são pouco mais de duas da manhã. Ele diz que ainda está cedo e continuamos a conversar. Sem entender nada e já ligeiramente zonzo - eu já havia tomado quase um copo - não perguntei o que ele quis dizer com aquilo.
Mais um tempo de conversa e eu, um pouco mais bêbado, ouço ele me perguntar novamente as horas. Eram 03h45. Ele diz: "Tá na hora! Empresta o seu telefone. Preciso ligar para minha namorada." Pergunto se ele realmente vai fazer isso e ele responde que ela já estava acostumuada. Dei o telefone a ele e, assim que ela atendeu, ele começou a fazer declarações apaixonadas - e alguns comentários mais picantes - para a coitada, que estava adorando, por incrível que pareça.
Quinze minutos de conversa e ele desliga. Pagamos a conta. Nos despedimos do dono do bar, de sua noiva que cuidava do caixa e do Cleber, o garçom que ficou até aquela hora por nossa causa. Prometemos que voltaríamos na noite seguinte, logo após o jogo.
Como prometido, assim que terminou o jogo, por volta da meia-noite, lá estávamos nós com uma porção de frango à passarinho e uma cerveja super gelada na mesa. E, novas histórias, mais risadas, críticas à banda que estava tocando e garrafas sendo esvaziadas numa velocidade impressionante.
4 e meia da manhã, mais uma vez apenas nós 5. Digo ao meu amigo que está na hora.
Pego o telefone, procuro o número na memória e faço a ligação.
Uma doce e sonolenta voz atende e diz: "Oi, meu amor"; eu respondo: "Oi, mas aqui é o amigo do seu amor. Tô ligando só pra dizer que gosto muito de você e que você não merece isso".
Ela deu aquela risada gostosa que eu já conhecia, e eu completei: "Parabéns! Como se não bastasse um bêbado te ligando de madrugada, agora você tem que aguentar um outro imbecil te enchendo o saco!"
Convesamos por alguns minutos - eu acho -, passei o telefone para o meu amigo que ria sem parar e combinamos que, a partir daquele dia, ligaríamos pra ela toda noite no final da balada.
Esta sim, é uma forma original de mostrar amor e admiração.

Um comentário:

Unknown disse...

Oi, Will!!!
Como você está? Saudade, viu!
A-DO-REI!!! Sensacional!!!
Mais uma bela história para esse jardim!
Beijo beijo
Adoro vc!
Cris